“No atelier de Jair Glass mais se respira a densidade da sua proposta, pelo clima dos modelos, estudos e esboços que povoam paredes, estantes e mesas. Particularmente, numa dessas visitas – e o Luciano Oliveira estava presente – emocionou-nos uma boneca de pano monstruosa, com dois espetos de madeira grotescos substituindo os dentes. Acontece que essa boneca era real, como todas as bonecas, tanto que uma filha do Jair, interrompeu-nos para solicitar que a boneca lhe fosse emprestada, pois iria brincar com ela. Esse parece ser o caminho bem pessoal desse artista, construindo da simplicidade do homem comum, um universo particularmente cruel em relação a realidade.”
Gileno Muller Chaves – Diário do Para – Década de 80